Brigas

Brigas

Infelizmente o motivo que me fez escrever sobre o assunto não foi dos melhores: um dos meus chinchilas sofreu ferimentos causados pelo seu companheiro de gaiola, seu irmão. Desta forma, achei interessante expor a situação aqui no site e aproveitar para relatar os vários tipos de briga que presenciei ou que ouvi falar a respeito.
Ao conversar com outros criadores já cheguei a escutar que brigas eram normais e que encontrar pêlos na gaiola fazia parte do dia a dia da criação de chinchilas pois os chinchilas soltam pêlos como método de defesa. Mas acho que o problema é saber identificar até onde/quando isso é normal.

Briga entre machos
Obviamente começarei relatando sobre a briga que me fez escrever esta seção 'Brigas'.
Certa vez soube de um caso de uma briga feia ocorrida entre dois machos sem parentesco. Eram adaptados já há algum tempo e nunca havia ocorrido briga entre eles, até que certo dia um deles foi morto pelo companheiro de gaiola. Foi algo aparentemente inexplicável, mas que na época vinculamos com a possibilidade de ter sido algum problema referente à época do cio das fêmeas que estavam em outra gaiola porém no mesmo ambiente.
Passado um tempo, adquiri dois chinchilas machos irmãos com 3 meses de idade e não me esqueci do caso dos chinchilas que brigaram. Como eram novos, optei por deixá-los juntos e... aguardar o futuro.
Uma das coisas mais notáveis na época do cio é a agitação dos machos que estão em gaiolas separadas das fêmeas. Em minha criação possuo tanto casais monogâmicos quanto solteiros e duplas ou trios do mesmo sexo. 
Na época do cio das fêmeas, o macho que está com a fêmea fica extremamente agitado com os machos vizinhos, creio que por motivos óbvios esteja defendendo território e guardando sua fêmea. Os machos solteiros ficam agitadíssimos em suas gaiolas emitindo seu 'canto' (que eu não sei se é demarcação de território ou se é para atrair as fêmeas). 
Paralelamente a isto, sempre observei a reação desses dois irmãos na época do cio principalmente quando atingiram 8 meses de idade, idade em que são considerados adultos. Às vezes nada acontecia mas às vezes brigavam. Alguns pêlos apareciam na gaiola, mas em pouca quantidade. Eu julgava ser 'briga entre irmãos', já que de vez em quando discutiam por comida (ou por banho quando viam os chinchilas ao lado banhando-se), ficando de pé um na frente do outro desafiando entre si até que um decidia ceder, e então o outro tomava a frente para comer primeiro.
Como a hierarquia ocorre naturalmente em determinados grupos de animais, passei a adotar a palavra 'alfa' para os chinchilas dominantes. Jazz notadamente é o alfa ao lado do seu irmão Tango. Geralmente os chinchilas alfa são maiores pois sempre serão os primeiros a se alimentar para depois deixar o outro chinchila se alimentar, beber, descansar. Vale a pena lembrar que no caso de haver um casal, não há regra: tanto o macho pode ser alfa quanto pode ocorrer o contrário. Tenho um casal cujo macho é o alfa e outro em que a fêmea é alfa.
No caso de famílias nem sempre o matriarca/patriarca fica com a dominância. Tenho um trio cuja filha é soberana sobre a mãe e a irmã, e ela também é a maior das três.
Justamente por este motivo sempre aconselhamos deixar comida disponível no cocho no caso de haver duas ou mais chinchilas na mesma gaiola. É sempre bom deixar comida disponível para o chinchila não-alfa, pois ele será o menos privilegiado na hora da refeição. Devemos dar à ele a oportunidade de encontrar comida quando o chinchila alfa lhe der uma folga permitindo acesso ao cocho. 
Bem, voltando aos alfas e ao Jazz... reparei que na última briga entre Jazz e Tango, a quantia de pêlos estava acima do normal. E... só havia pêlos de Tango. Fiquei observando e mesmo após as brigas os dois voltavam a dormir juntos normalmente, como de costume. Mas no quarto dia pela manhã, a quantia de pêlos de Tango que retirei da gaiola era muita e quando retornei do trabalho à noite, havia uma ferida na orelha de Tango. Isso realmente nunca havia acontecido, nunca houve ferimentos antes. Decidimos tirar Tango da gaiola de Jazz. Assustei-me pois Tango não costumava deixar tocá-lo e desta vez, foi fácil demais: ele me deixou pegá-lo sem resistência alguma. Daí, pude notar que algo realmente não estava bem. Passei antisséptico na orelha e quando examinei o restante do corpo de Tango, havia mordidas onde havia falhas de pêlo. Havia locais totalmente desprovidos de pelagem. Creio que se eu não tivesse tirado Tango da companhia de Jazz, algo pior poderia ter acontecido.
Tango recebeu os devidos cuidados nos ferimentos e recupera-se bem. Já no primeiro momento em outra gaiola, ele comeu e bebeu água. Creio que Jazz o estava privando de tranquilidade. Saciado, a primeira coisa que Tango fez foi repousar e parecia sentir-se aliviado, longe da presença ameaçadora do irmão.
Portanto, cuidado se notarem brigas... algo corriqueiro pode tornar-se grave e talvez fatal se não estivermos presentes na hora do incidente. Sigam a intuição... se notarem algo diferente no comportamento, algo excessivo, não esperem demais, poderá ser tarde.

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